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Como tratar pedra na bexiga do cachorro sendo estruvita ou oxalato de calcio

 

Pedra na bexiga de cachorro é um mal crescente que apavora donos de cães.

Já vi tantos casos recorrentes e já passei por tantos que resolvi escrever essa matéria.

A nossa cachorrinha Emilie, uma shih-tzu, começou a ter pedras na bexiga com 5 anos.

A primeira vez que vimos as pedras eram pequenas, a Emilie foi fazer xixi e elas saíram na urina, pareciam um sal grosso no xixi. Dezenas de pedras.

As pedras ganhavam um aspecto de cálcio arredondado ao secarem, dessa forma:

 

 

Foi bem assustador. Elas são brancas, levemente amarelas e bem duras.

Fomos até a Clínica Veterinária Dra. Dóris Bruder, nossa veterinária de confiança de muitos anos, e a notícia ruim estava para chegar, aquelas pedras de 2 a 5 mm eram apenas as pequeninas e que poderiam sair pelo canal junto com o xixi.

Na bexiga dela haviam outras, bem maiores.

 

 

Não havia outra saída senão uma cirurgia, que foi feita e a Emilie voltou para casa muito bem e teve uma ótima recuperação.

Mas não parou por aí. A situação voltou depois, no ano seguinte.

Outra cirurgia foi feita e começamos acompanhar semestralmente com ultrassom e raio-x.

As pedras continuavam.

Como era pequenas, saíam na urina, até de 7mm foi expelida pela Emilie.

 

Isso é demais para um macho que possui um canal mais fino e muito maior. Em casos raros é preciso abrir o pênis do cãozinho para remover pedras que entupiram a passagem.

Mas e aí? De onde vem essas pedras? Como são feitas?

Não queremos nessa matéria suprir ou substituir uma visita ao seu veterinário, por favor, é apenas um relato da nossa Emilie e que tem a intenção de dar apoio moral e boas expectativas aos donos que estão passando por isso nesse momento.

Se você veio até essa matéria porque tem um problema assim em casa, por favor, entenda que é possível seu bichinho ter uma vida 100% sadia e livre das pedras, mas vá ao veterinário!

 

 

Bem, e as pedras, como surgem?

Fizemos vários exames e testes laboratoriais nas pedras e até um estudo foi solicitado para os Estados Unidos, solicitando total avaliação e um teste chamado nucleação, em que abrem a pedra e estudam cada camada.

 

 

Nessa foto acima vemos o núcleo da pedra como um oco, sendo que iniciou-se a formação em bactérias e germes, nada de assustar é o que todo animal tem em sua bexiga. Mas por alguma razão há uma reação diversa durante a química que uma tal de “estruvita” (magnésio e fosfato) provoca uma reação em cadeia e os cristais se formam.

Com o tempo esses cristais se juntam e começam a formar as pedras com o auxílio de oxalato de cálcio e outras químicas mais.

Para alguns casos como o da Emilie a ração própria (Urinary por exemplo) não serve pois a ração visa tratar a estruvita ou o cálcio, mas ela tinha os 2 elementos e qualquer opção de ração agravaria o outro lado.

Passamos a adotar uma dieta diferente, baseada em necessidades próprias dela, com um acompanhamento nutricional de um profissional da clínica, mas sem grande resultados, pois as pedras continuaram.

Estudando o caso, e isso não é certo nem comprovado, é uma especulação nossa, mas… há tratamento de solo com estruvita!

Sim, profissionais agrônomos utilizam a estruvita como química adequada para tratar o solo entre plantios e isso traz ao solo elementos químicos muito importantes, como o magnésio, fosfato e cálcio.

Esses elementos nada mais são que a fórmula da estruvita, ou seja, é o nascimento da pedra.

Se alguém souber do assunto que discorra melhor, sou leigo e isso é uma explicação teórica – própria.

Mas o tratamento do solo é o mesmo que infecta os lençóis freáticos.

Aí você no auge da sua boa intenção compra água engarrafada acreditando que ela é a pureza da vida… e descobre que é ela que lhe causa todo o problema.

Na internet é possível encontrar informações sobre isso, com o tema de precipitação de estruvita para revitalização de solo com magnésio, fosfato e cálcio, da mesma forma que se encontra estudos afirmando que isso causa prejuízo ao lençol freático e água de superfície, que é exatamente a água que vira garrafinha em uma prateleira ou empresa de entrega de água.

Cuidado com a água! Comprar água não é garantia de saúde.

Estudar isso tudo nos deu muito medo.

Ainda mais quando todos os exames das pedras apontaram sem divergências os mesmos elementos como magnésio, fosfato e oxilato de cálcio.

 

 

E como se observa acima fiz uma super aproximada com 40x de zoom de uma pedra de 2mm.

Mesmo minúscula a pedra possui camadas como de uma cebola. Em cada camada esses elementos são encontrados igualmente.

Faça um teste em sua casa. Se você estiver passando por problemas de pedras faça isso:

Pegue água e respingue em um copo, só um pouco, jogue umas gotas.

Espere secar. Jogue mais uma gotas, por toda a parede do copo.

Se puder fazer esse processo super chato por uns 5 ou 10 dias… você terá melhor noção do que estou falando.

O copo pode ficar, e se ficar cuidado, com a aparência de manchas super fortes que não são removidas nem com a unha.

Isso é justamente a pedra! É um agregado de cálcio, magnésio, fosfato e demais.

Imagine ingerir isso por anos.

 

 

E afinal, é possível viver saudável e bem, sem pedras?

Sim! Não posso afirmar que vai ser igual com você e seu cãozinho, não posso afirmar e provar que isso é a causa da cura ou o que mantém a nossa Emlie longe das pedras.

Mas posso lhe afirmar, fizemos isso e a Emilie ficou uns 2 anos sem pedras.

Nos mudamos e isso foi “esquecido”, deixamos de fazer essa rotina. As pedras voltaram em meses.

Voltamos a fazer e as pedras sumiram novamente, já faz anos que não vemos pedras.

Então o que fizemos depois de 4 cirurgias?

Foi simples! A água mais pobre em mineral que eu conheço é a água de torneira.

Qualquer um que mora em prédio sabe que o chuveiro de apartamentos entope com frequência, isso porque os prédios utilizam poço artesiano e essa água é riquíssima em minerais.

O que se busca ao usar água de torneira é ter uma água absolutamente pobre em mineral.

Mas NÃO dê água da torneira puramente, essa nossa água é cheia de outros elementeos, como o cloro.

O que nós fazemos é muito simples.

Os filtros normais são muito bons em eliminarem o cloro e o flúor, os principais elementos da água de torneira.

Mas fazemos isso 2 vezes!

Mas não filtramos a água diretamente da torneira.

 

A água da rua primeiro vai para a caixa d’água. Ali a água “descansa” e elementos como o cloro são eliminados por si só (o excesso).

Depois a água da caixa d’água é retirada pela torneira da pia que possui um filtro que antecipa a filtragem, sendo a 1ª filtragem.

Essa água vai para um filtro externo de barro com pedra/filtro ultra fino, esse processo leva horas para que a água seja filtrada.

Dê preferência em usar pedras (velas) com camada interna de carvão.

Então a água é descansada na caixa d’água em primeiro lugar, perdendo o excesso de compostos como o cloro e flúor.

Depois essa água é filtrada pelo filtro da torneira, eliminando o quase todo os compostos.

Por fim o água passa por um processo de filtragem lento em pedra de um filtro de barro.

Feito isso, nunca mais vimos as pedras.

Se você tiver alguma experiência ou dúvida nesse tema, por favor, use o formulário abaixo para uma discussão sadia para todos aprendermos mais.

Eu não posso prometer, nem devo, que dará certo. Mas vem dando certo para mim.

O processo requer 3 coisas básicas:

1. Dupla filtragem de água pobre;
2. Alimentação e acompanhamento, com comida caseira sem sal e equilibrada;
3. Passeios ou exercícios para esgotar a bexiga e assim “lavar” por completo a bexiga, eliminando a formação e crescimento dos cristais.

Formação de cristais ainda vai continuar acontecendo, se o cão for predestinado a isto.

A ideia aqui é evitar ao máximo a formação (em excesso) e a boa lavagem da bexiga deve eliminar os cristais antes que se formem pedras grandes.

Então as 3 partes são igualmente importantes, não apenas a água.

Boa sorte! Nos mantenha informados se está tudo bem ao usar esse procedimento.